Ermelinda achégase paseninhamente ao lobo e agáchase ata mirarlhe ben para os olhos. Logo ponlhe a man na boca...
De súpeto semelha que os fíos que cosen a boca do lobo comezan a desaparecer. E a velha pronuncia unhas palabras que ninguén dos presentes entende (ou case ninguén)...
-Fatio montexiam quintam terrus....
Esse esconjuro é para poder falar com ele?
Si. Ermelinda estalhe a falar co lobo. O primeiro que lhe pregunta é que anda a buscar el e maila súa manda....
O lobo fala:
-Não somos livres. Um lobo humano manda em nós... Obriga-nos a fazer a sua vontade... Por favor, liberta-nos...
-Quen é el?
-Não sei o seu nome...
-Li... ber... ta... nos...
-Não sei de quem falasssss...
-Se te referes ao lobo humano velho, está na gorida da nossa matilha... Está vigiado mas segue vivo...
-Li...ber...
(o lobo está a morrer...)
Dime, onde podemos atopar o voso amo?
-Mais ao norte... longe... há uma rocha grande... Ali está a nossa gorida...
-Pero o amo...
-Não está ali...
O lobo deixa de falar. A vida vai-se-lhe. Morre nas tuas mãos. Mas com o último alento, sussurra:
Eu já sou livre... liberta os demais...
O lobo morre.
-Oh, pobre lobo! Quen demo será ese lobisome?
Podes levar algo do lobo, como sangue, pele, dentes...
Levo un dente e gárdoo no peto
NDR: Ok.