Partida Rol por web

Depois de tantas emoções, todos voltades à taberna con a sensação de não serdes os mesmos que érades há tão só alguns dias antes, quando chegastes a Casas Velhas. Todos, sem exceção estades esgotados e ao limite das vossas forças, tanto física, como espiritualmente. O vosso mundo mudou para sempre e não sabedes se isso é bom ou mau...

Antes de vos deitar, ainda tendes que cumprir com o pouco agradável dever de recolher os corpos dos vizinhos e amoreá-los no interior da igreja, à espera de lhes dar um enterro digno. É o menos que merecem.

Por fim, chega o momento de falar. Reunides-vos na sala comum. Primeiro, só o silëncio enche aquele espaço em penumbra, unicamente alumeado polas brasas da lareira. O rumor do vento nocturno e o estalar da lenha ao arder são os únicos sons... Mas, pouco a pouco, a vontade de pôr em comum os vossos sentimentos, a vossa angustia, a ansiedade acumulada das últimas e terroríficas horas vai quebrando o muro do silêncio e as vossas vozes começam a se despregar...

Leutério e os dous forasteiros (um homem e uma mulher) que chegaram com ele, despedem-se de vós, depois de vos ajudar. Levam-se o corpo de Lope e vão-se embora. Leutério agradece-vos a vossa ajuda e, como pago, pede-vos que fiquedes com a sua espada. também vos lembra que tendes a gratidão do seu povo e que poderedes contar com eles em caso de vos fazer falta. Finalmente, relata-vos a sua história e pede-vos solenemente que juredes nunca revelar o seu segredo, sob pena de morte.

Montando três excelentes cavalos (e uma besta para o corpo de Lope) os lobisomens despedem-se de vós.

Emocionado e entre bágoas o escocês contalhes a sua verdadeira história. Sente que atopou um novo fogar neste grupo e vai aceitar a oferta de Rosinha de ficar um tempo na pousada. Sente que pode ser por fim ele mesmo. Ainda confuso e traumado (e com o veleno das aranhas a lhe afectar), nom sabe por onde irá o seu destino. Quiçais a sua vocaçom de naturista, sanador e científico o chame... ou quiçais se interesse polas cousas sobrenaturais como as que está a viver este tempos... 

Ermelinda asiste a Oana, que ficou tombada no chan semi-inconsciente, e trata de reanimala. Alégrase de que estea viva e ten a esperanza de que se recupere... Toda esta aventura afectoulle moito fisicamente. As súas forzas nos últimos combates víronse minguadas e as súas habilidades, tamén... xa parece que vén chegando a hora... Alédase de ter conseguido unha das dúas misións, pero ten medo a que as forzas a abandonen antes de acadar o seu outro obxectivo en Casas Velhas. 

Tras moitos anos de vida en soidade, agora agradece a companha deses forasteiros que conheceu na pousada e decide ficar alí ata ver claro o seu sino.

O Jam escoita as histórias dos seus amigos, emocionado e confuso, já que se da conta de que esta foi a  sua primeira aventura e a sua vida, ate esse momento, foi muito tranquila e "normal".

Assim que decide tomar uns dias a reflexionar sobre se quer ficar na aldeia ou ir embora a outros lugares para vivir mais aventuras.

Chama ao Togo para que lhe acompanhe e vai-se pelo bosque adentro

Oana está recuperada tras os cuidados da Ermelinda e, mentres atende com curiosidade e um certo carinho às histórias que revelam os seus companheiros de aventura, uma bola de pelo branca baixa pelas escadas da taberna e desparece baixo a sua capa. Reconfortada pola victoria pide a atençao dos seus companheiros e mete mao num peto da capa para ensinar a sua pequena amiga:

- Já que estamos a desvelar os segredos, presento-vos a Lia- a rata fita aos presentes e resguarda-se de novo no peto- é algo tímida mas acho que lhe caedes bem!- a Oana sai-lhe um sorriso na boca que acaba numa calurosa risotada.

Semelha que confiar na gente nao é tan terríbel. A aventura e os vinculos criados fam que Oana sinta saudades pola sua família, pola sua terra, mas a sua misao aqui nao rematou, precisa seguir na procura de mais poder. Pode quedar um dias mais na taberna e recuperar assim todas as suas forças e trazar um novo plano. Partirá numas semanas a onde queira que levem as forças, ou quem sabe quizais o caminho a seguir se abra diante sua...

Pedro sente-se cansado, mas satisfeito. Enche-lhe o peito especialmente o orgulho do Janzinho. Primeiro em silêncio, dá muita atenção ao ambiente e a cada pessoa presente na taberna. Num momento determinado, notando alegria no ar, pega no seu violino e canta:

Nossa senhora do Carme

patroa dos marinheiros,

entre mar até estas terras

p’ra bendizer os romeiros.

 

Na terra de Casas Velhas

muito medo já passámos

mas resistimos o medo

e lutamos como bravos.

 

Co’a ajuda de uma Rosinha

e da senhora do Castro

cinco viajeiros valentes

fomos seguindo-lhe o rastro

 

ao malvado lobisomem

que ameaçava esta aldeia

com fazer todos escravos

na noite de lua cheia.

 

Venzemos com muita luta

e ajudados com a prata,

com um lobo, com um cão

e agora até temos rata.

 

O Duarte não sabemos

onde é que se foi meter

quando salvamos Leutério

que estava para morrer.

 

Voltámos para esta aldeia

e demos aqui muita guerra

mas afinal entre todos

tirámos o mal da Terra.

 

Morto o Lope, esse mal lobo

e homem de mau feitio

voltamos a esta taberna

todos felizes e amigos.

 

Perdemos Venâncio e Carminha

no meio do labaréu

mas esses nossos amigos

serão felizes no céu.

 

Agora bebe da cunca

o escocês do Carvalhinho

e molha sopas no vinho

o meu pequeno Janzinho,

 

a Hermelinda está tanquila

quase parece que ri

a Oana respira livre

e dá palmas para mim.

 

A este pobre Pedro chosco

vão fechando-se-lhe o olhos,

de tão cansado e tão velho

já só quer pensar em sonhos.

 

Amigos e a amigas todes,

alegrai as vossas almas

e dai a este pobre velho

a vossa salva de palmas.

Depois senta-se, bebe mais uma cunca e, com os dentes pintados do tinto, ri.